Há quatro anos atrás tive que enfrentar um dos piores dias da minha vida.
A minha mãe com 57 anos desistiu de lutar por uma vida que se vinha a desmoronar já há alguns anos.
Eu estava grávida de cerca de 21 semanas. Uma gravidez muito desejada mas que tinha tardado a acontecer e que me tinha obrigado a ficar em descanso durante um mês e meio, ainda antes das doze semanas.
Durante o ano de 2001 e até ao dia 30 de Setembro a nossa família viveu dividia entre o Céu e o Inferno. O dia 30 foi o Inferno. O dia 1 de Outubro foi o Inferno ainda mais negro e frio. No dia 2 começámos uma caminhada que nos levaria ao céu no dia 1 de Fevereiro de 2002.
A morte da minha mãe foi um culminar de vários anos de doença, que degradaram a sua vida e a qualidade da nossa relação. Embora ela tenha partido no dia 30 de Setembro, o seu afastamento já vinha a acontecer há vários anos, as rotinas da nossa vida diária nada lhe diziam, não sabemos mesmo se se apercebia de algumas das coisas que se passavam à sua volta... Por isso apesar de a sua morte ter sido horrivelmente dolorosa, com o tempo começámos a sentir uma paz que não tínhamos pelo tempo que passámos a ver a sua vida a desmoronar-se.
Tenho muitas saudades dela... tenho saudades dos tempos de criança em que a minha mãe ainda era a minha mãe, das férias de Verão passadas invariavelmente na praia, das danças que fazíamos na água, da sua ousadia, dos seus cozinhados, de a ver bem disposta. É assim que eu gosto de a lembrar, Bem-disposta a brincar na água comigo e a minha irmã!
Éramos demasiado parecidas, com tudo de bom e mau que isso possa implicar, isto levou a muitos choques, conflitos, falta de compreensão de parte a parte. Infelizmente para as duas a doença afastou-nos, tirou-nos a oportunidade de nos entendermos, de nos explicarmos, de construirmos a relação madura de duas pessoas adultas.
Tenho muitas saudades da minha mãe... tenho principalmente saudades daquilo que não tive, o que não podemos partilhar, o que não lhe posso dizer, o que ela não me pode dizer.
Tenho saudades quando a olhar para a minha filha vejo os olhos verdes que ela herdou da minha mãe.
Tenho muitas saudades dela... tenho saudades dos tempos de criança em que a minha mãe ainda era a minha mãe, das férias de Verão passadas invariavelmente na praia, das danças que fazíamos na água, da sua ousadia, dos seus cozinhados, de a ver bem disposta. É assim que eu gosto de a lembrar, Bem-disposta a brincar na água comigo e a minha irmã!
Éramos demasiado parecidas, com tudo de bom e mau que isso possa implicar, isto levou a muitos choques, conflitos, falta de compreensão de parte a parte. Infelizmente para as duas a doença afastou-nos, tirou-nos a oportunidade de nos entendermos, de nos explicarmos, de construirmos a relação madura de duas pessoas adultas.
Tenho muitas saudades da minha mãe... tenho principalmente saudades daquilo que não tive, o que não podemos partilhar, o que não lhe posso dizer, o que ela não me pode dizer.
Tenho saudades quando a olhar para a minha filha vejo os olhos verdes que ela herdou da minha mãe.
No dia anterior à sua morte estivemos todos com ela, as pessoas que lhe eram mais importantes. Na altura a gravidez já se notava muito bem e as outras pessoas começavam a sentir a Carolina mexer. Pôs-lhe a mão na minha barriga e expliquei-lhe que o médico achava que era uma menina. Quando nos despedimos ela começou a chorar. Acredito que ela estava à nossa espera, à minha espera que não a via já há algum tempo (não queriam que eu fosse ao hospital porque estava grávida), queria-nos ver antes de partir...
A ideia de perder uma mãe é das coisas que mais me põe angustiada...
ResponderEliminarBeijinho
Um grande beijo. Cá estamos.
ResponderEliminarCom calma e se nos mantermos juntos tudo se ultrapassa. Podes sempre contar comigo, não se pretendendo, obviamente, nenhuma substituição, estamos cá para o que for preciso.
ResponderEliminarBeijocas
Miga, não tenho palavras... :(
ResponderEliminarDeixo um beijo muito grande cheio de amizade e carinho! E muita, muita força!
(estarei por aqui...)
Venho agradecer as doces palavras que me deixaste no post de 6.ª feira...Obrigada!
ResponderEliminarbeijinhos
kikas
Não deve ser fácil. Mas onde quer que esteja, está de certo a velar por vcs.
ResponderEliminarS.