O que ela quer vestir

Lembram-se disto?

Pois a saga continua! Agora todos os dias, na hora de vestir, a roupa tem que ser negociada.

Já desisti de ser eu escolher, optei por no dia anterior à noite sugerir a roupa para o dia seguinte e esperar as reclamações, depois tentamos chegar a acordo. O problema é que por vontade da Carolina a roupa seria reduzida a duas ou três peças base, que depois seriam usadas alternadamente, isto é, uma saia de ganga, um vestido (de ganga), a camisola da Barbie, a camisola da «SuperGirl», uma outra camisola cor-de-rosa e esporadicamente umas calças de ganga.

O J. acha isto o máximo "é muito mais barato do que aquelas roupas da Petit Patapon que tens a mania de comprar!", pois claro! E ainda "camisolas da Barbie são coisa que não falta nas feiras!", isso também era bom se a mamã se entendesse nas feiras e conseguisse encontrar alguma coisa que gostasse.

Pelas reclamações que a Carolina faz, apercebo-me da influência que aos 4 anos os coleguinhas já tem nos comportamentos, nos gostos, na música, nas brincadeiras e também nas roupas. Porque apesar de passarem o dia com a bata vestida, todos os dias a Carolina me diz coisas do género "a Carol disse que a minha camisola não era gira!", "a Daniela hoje levou uma camisola da Barbie, mas não era da Benetton como a minha e da Catarina!", ou ainda "o João disse que o meu casaco é feio!".

Tenho tentado lutar contra este tipo de comentários, digo que não gostamos todos do mesmo, que a Carolina não deve criticar a roupa das outras meninas só porque não gosta, que não podemos usar todos os dias cor-de-rosa porque o azul e o verde também são cores bonitas, mas não tem sido fácil, principalmente quando se tem uma menina muito menina, que tem por ídolos as Princesas Disney e as Winx porque vestem vestidos e usam roupas brilhantes.

Assim, porque em certas coisas é necessário ceder e deixar a maré passar, tinha-lhe prometido que um dia destes faríamos uma visita à loja da etiqueta verde e escolhimos uma nova t-shirt da Barbie para celebrar o calor. Foi o que fizemos no final de tarde do feriado, rumámos a um dos Centros Comerciais dos arredores de Lisboa e saímos de lá não só com esta camisola.

Mas também com esta saia, que deu direito a passagem de modelos pelo corredor dos gabinetes de prova, a sorrisos das empregadas da loja e a um delicioso "Mamã, temos que levar esta saia para nossa casa!"

Resta dizer que a saia foi totalmente escolhida por ela de entre as muitas que por lá havia, eu limitei-me a pedir o tamanho, a ajudar a vesti-la e a pagar a conta no final.