quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

19 meses

e dois dias...

Eu pensava que por esta altura já não sentiria necessidade de assinalar estes meses que passam, mas têm sido dias tão ricos, tão cheios de descobertas, novidades, um mundo novo que descobrimos agora também com ele.

E tem sido tão diferente.

Eu sei que já tinha lido e me tinham dito que ajudar a crescer rapazes e raparigas não é a mesma coisa, que há as diferenças óbvias e depois existem outras; mas descobrir isto com eles tem sido muito diferente.

Aos 19 meses existem muitas semelhantes entre eles, o sorriso fácil, os olhos alegres, a boa disposição geral, a autonomia no comer, o gostarem de dançar.

Mas há tantas diferenças! Ela sempre foi prudente, olhar bem, estudar a melhor forma de avançar e só depois o fazer; ele é impulsivo, primeiro avança, depois é que vê como se faz. E isto não lhe tem tornado a vida fácil, há quedas, entalões, nódoas negras, altos na testa.

Para nós ficam os sustos porque o encontramos sentado em cima da mesa da cozinha ou da sala, a tentar escalar prateleiras, em cima de cadeiras na varanda (que felizmente tem um parapeito bastante alto), ou ainda a mexer nas gavetas dos talheres que até é a de cima, mas onde ele chegou porque empurrou uma cadeira até lá.

E atenção, nós fechamos as portas, o problema é que ele já as abre e agora só fechadas à chave.

Há ainda os estores japoneses do quarto dele, que têm uns fios para puxar que até são tão divertidos, por isso não são poucas as vezes que vamos dar com ele a puxa-los para cima e para baixo (desconfio que aquilo não vai durar muito!).

E os tachos, há lá coisa melhor que um conjunto de tachos, será que conseguem imaginar o nível sonoro que se consegue atingir com um par de tampas (e o que me vale é que de forma profética desde sempre coloquei as de vidro na prateleira mais alta!).

E há o Shrek! Esse grande amigo verde, que em Tiagês é um som parecido com Grrrr e que está quase a conseguir ultrapassar o Noddy na ordem de preferências, seguido de perto pelo Pooh.

Depois os cães, gatos e todos os animais que lhe apareçam, o miúdo fica louco, quer mexer-lhes, fazer-lhes festas, corre atrás de deles enquanto grita "Can! Can!", que serve para todos. E há conta de uma Arca de Noé que os padrinhos lhe ofereçam no Natal, começo a achar que vamos ter a casa invadida por bichos de plástico, que os da Arca já andam sempre atrás dele numa mochila.

Mas também adora carros, motas e comboios, e se o queremos mesmo muito feliz é deixa-lo sentar no lugar do condutor, nessa altura é vê-lo com uma mão nas mudanças e a outra no volante, liga os piscas e sintoniza o rádio. Outra grande diferença da irmã, que também gostava de lá se sentar mas sem os requintes de quem pensa ir mesmo a conduzir.

E ainda a música, porque se ela dança, ele canta, canta muito, canta alto (principalmente se tentamos conversar ou ouvir alguma coisa da televisão!), mas com uma alegria imensa que nos contagia.

É muito rapaz, muito de coisas que associamos aos rapazes, tal como a irmã sempre foi muito menina, apesar de lá em casa todos brincarem com carros, bolas, bonecas e tachos (e se ele gosta de passear os bebés e fazer comidas na cozinha da irmã!).

Este miúdo não veio definitivamente para nos dar uma vida fácil, com ele sentimo-nos sempre no meio da tempestade, sempre à espera do próximo disparate, sempre alerta, mas ao mesmo tempo ele está a dar-nos a calma, a libertar-nos da ansiedade do primeiro filho, a ensinar-nos que é possível no meio do aparente desastre manter o sorriso e não dar tanta importância a pequenas coisas (como a casa virada ao contrário, a moldura partida, o estore estragado...), porque ele é assim, a calma e o sorriso no meio do temporal.

9 comentários:

  1. Tão simples e tão bonito. Ser mãe de rapaz(es) é mesmo isto, um dos post que gostei mais de te ler. Talvez por me identificar, ah pois ;)!

    Beijinho

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  2. Parabéns!
    Também ando curiosa para ver as diferenças entre estas duas que tenho cá em casa.

    Bjos


    Cristina

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  3. Muito bonito este post. Gostei muito da descrição do teu filho. Parece ser uma criança encantadora e bastante viva!

    Beijos

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  4. És mesmo isso, eu que tive a rapariga em 2º lugar n me canso de dizer que ela n me dá trabalho a criar, é a calma que precisava na minha vida, ele já é um terramoto ambulante,mas mt mais meigo que ela!

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  5. Esse miúdo é um espectáculo! :)

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  6. Eu estou como a Carla, o terramoto já tinha, espero que com a L. tenha vindo a calma que descreves.

    Parabéns ao T., um bebé-menino! :)

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  7. A Rosinha não se esquece dos papás e já preparou algumas surpresas. Venha espreitar.
    Beijinhos floridos da Ursa Rosinha

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  8. Por sistema, adoro ler-te. Mas hoje adorei especialmente... :)

    (então e a vontade do terceiro?... Hmmm?... Julgas que me esqueço??? :p)

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  9. pode ser um terramoto... mas é um verdadeiro poço de charme!

    parabéns Tiago!

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