Há dias em que não nos deviamos levantar da cama...

Voltou o frio, a chuva, o vento, os dias amanhecem escuros e tristes, a cama está quente sentimo-nos bem ali deitados, descansados, primeiro no silêncio, depois com o chamamento de "mamã", "papá".

Às sete da manhã tinha a companhia de um menino e de uma menina que ao contrário do costume, talvez pelo dia triste, estavam ali deitados ao meu lado meio adormecidos, sossegados.

Levantámo-nos, eu vesti-me, vesti-os, preparámos o pequeno-almoço, tudo muito mais calmo do que o normal.

Saímos de casa.

Cinco minutos depois a Carolina estava a chorar e eu tinha vontade de fazer o mesmo.

Um carro atravessou-se à nossa frente, apareceu por detrás de uma camioneta que virava, não nos viu e entrou, batemos com as frentes, a batida foi, felizmente, ligeira, as chatices vão ser muitas.

A Brigada de Trânsito da PSP apareceu (chamados por mim!), mediram, mediram, falaram, falaram, fizeram-nos soprar no balão [ainda me ri com o PSP quando lhe perguntei se acusava uma caneca de leite! lol], mas não nos ajudaram a determinar a culpa, por isso agora as Seguradoras que resolvam.

A Carolina, minha rica filha, assustou-se chorou e queixou-se que lhe doía o peito por causa do cinto, felizmente foi só o susto, mas pedi à Educadora para a observar ao longo do dia, mas depois manteve-se calma dentro do carro, com os olhos muito abertos a observar os polícias e a atender o pai que ligava para o meu telemóvel.

Estou triste, enervada e só consigo pensar em como estava tão bem na minha cama, com os meus filhos ao meu lado, ali no quente protector da nossa casa.