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No dia 1 de Fevereiro a minha miúda já tão crescida (mas ainda tão pequenina!) completou 8 anos. Este é o texto que escrevi nesse dia, para a C. …

«No segundo que demora virar a página do livro que lemos…
Um piscar de olhos…
No tempo que demora a luz do sol a tocar-nos na pele…
Uma gota de água a cair…

E já passaram 8 anos.
8 anos.

Há um mês que repito… 8 anos, no esforço de acreditar.
8 anos de minha filha.
8 anos de mãe

Eu, mãe.

Parece irreal, como é possível eu me lembrar daquele dia, quase ao minuto.
Dos sons.
Das palavras.

A discussão com o J. à entrada do hospital, porque eu não queria tudo filmado.
As primeiras dores.
A epidural (santa!)
A espera…

O som do CTG.
Os apitos do CTG quando a Carolina começou a não estar bem.

Os olhos do meu pai quando passei por ele deitada na maca que me levava para a cesariana.

A voz do médico.
A voz da anestesista que me acompanhou e acarinhou durante horas.

O grito de choro para a vida, que não foi imediato.
O sangue, o nosso sangue.

Os olhos simpáticos da pediatra, mulher grande, que me disse que estava tudo bem com a menina.

A voz do J. no elevador que me levava para o recobro.
O que dizia o bilhete escrito num papel arranjado à pressa, e que me esperava na mesa-de-cabeceira do quarto que me(nos) acolheu.

O cheiro da minha filha recém-nascida…

Parabéns meu amor, minha filha.»