Sozinho

Ela de férias da escola fica no “ATL” da tia-avó; são dias de mimo, passeios, idas à praça e aos supermercados, rega da relva e lavagem de roupa no tanque, bolos cozidos no forno a lenha e ajuda a fazer o almoço e a pôr a mesa. Da semana passada ficou a combinação com a tia que também ficaria lá a dormir alguns dias.

Ele continua a ir à escolinha, sem ter a certeza de onde a irmã tem passado os dias, perguntava-me porque razão a irmã não estava no ATL (ela saiu do ATL este ano mas ele ainda está meio confundido com isso!); ontem quando o fui buscar e lhe disse muito alegre que teria a mãe e o pai só para ele, recebi como resposta um redondo e sonoro “Não! Porque temos ir buscar a mana, ela está tem que vir para casa!”, contraponho com a felicidade que é ter a exclusividade da atenção materna e paterna, mas ele não entende tal coisa e diz que quer um bolo, sem resposta porque não percebo a exigência, diz-me que quer um bolo da tia, esclarecendo-me de uma vez as dúvidas sobre se o conseguíramos enganar.

Não ficou contente, mas depois do jantar percebeu que afinal havia vantagens de filho único nunca antes exploradas, e aproveitou para falar como nunca tinha falado até hoje (e ele é falador!), com perguntas e exigência de respostas que duraram até ao momento em que adormeceu, mas que acordaram com ele hoje de manhã envoltas em muito mimo que impôs uma despedida longa de beijos e abraçados.