segunda-feira, 9 de outubro de 2006

A Escola Nova

A Carolina mudou de jardim de infância.
Deixou um Jardim de Infância privado, pequeno e familiar e começou o ano lectivo num Jardim de Infância da Rede Pública com 4 salas, um grande recreio com brinquedos de rua, um grande refeitório, uma sala polivalente e cerca de 100 alunos.
Está-lhe a custar, contra todas as expectativas, nossas e da antiga educadora, a Carolina desde a semana passada que fica na escola a chorar, e ao final do dia quando a vou buscar fico a saber que também chorou na hora do almoço: "A comida é feia mamã! Não gosto da comida!".
Esta situação não me deixa bem, não fico descansada quando a deixo e passo o dia a pensar como é que ela estará... no entanto, apesar de a deixar a chorar, sempre que a vou buscar encontro-a a brincar, bem disposta, mas logo pronta para sair.
De Setembro de 2004 até ao final do passado mês de Julho a Carolina frequentou um pequeno Jardim de Infância, que funciona na zona de lojas de uma urbanização. É um Jardim pequeno, muito familiar, com uma sala por idade até aos 5 anos, mas apenas com as infraestruturas básicas, não existe um recreio, tem apenas um pequeno parque vedado do outro lado da rua, um pequeno refeitório, não existem salas polivalentes.
A Carolina foi sempre muito bem tratada, gostámos muito da Educadora e da Auxiliar, sempre foram atenciosas e nos dois anos que a Carolina frequentou o Jardim não tenho nada a apontar; em termos pedagógicos gostei do trabalho que foi desenvolvido com as crianças e a única coisa que me incomodava era ao final do dia os meninos que saiam do JI depois das 18 horas ficarem todos numa sala (e havia dias em que ainda eram muitos!), felizmente a Carolina saía quase sempre por volta das 18 horas ou antes.
Durante este tempo também lhe foram proporcionadas muitas saídas, quase todos os meses saíam, foi ao cinema, ao teatro, às Quintas Pedagógicas, a Museus, ao Oceanário, ao Aquário Vasco da Gama e até ao Badoca Park. Tinha ainda aulas de Música, Ginástica e no último ano Inglês.
Depois disto devem-se estar a perguntar porque é que a mudámos de escola...
Pois bem, eu trabalho na área da educação, estou ligada ao ensino público, e embora não seja fundamentalista para nenhum dos lados, não considero que o ensino privado seja, na maioria dos casos, melhor do que o ensino público.
Embora estivéssemos de uma maneira geral satisfeitos com o modo de funcionamento do Jardim de Infância, não estávamos contentes com as condições que oferecia.
E por último, o valor que estávamos a despender mensalmente não correspondia de todo ao que era proporcionado à Carolina.
Assim, quando soubemos que tinha vaga no Jardim de Infância da rede pública onde estava inscrita desde os três anos, tivemos poucos momentos de hesitação; conhecendo bem o espaço e as pessoas e confiantes na capacidade de adaptação da Carolina e na sua facilidade de interagir com os outros decidimos a mudança.
Infelizmente a mudança não está a ser tão fácil ou tão suave quanto imaginávamos, mas ainda é muito cedo... o JI tem todas as condições para proporcionar um bom pré-escolar à Carolina, a Educadora é óptima (embora não seja de tantos beijos e abraços como a anterior), daqui a alguns dias ela já terá novos amigos e nessa altura eu espero que tudo comece a normalizar.

Adenda: Escrevi o post antes de ir buscar à Carolina, quando a fui buscar tive oportunidade de falar com a coordenadora do ATL que me disse que ela tem estado óptima, lancha muito bem, participa nas actividades propostas e interage muito bem com os colegas e monitoras, não há choros e gosta muito de conversar. E pela primeira vez desde que entrou no JI há uma semana e meia, contou-me o que tinha feito durante o dia com todos os pormenores (e não houve crise ao almoço!).

8 comentários:

  1. :)))
    é a adaptação, custa sempre um bocadinho.
    Fiquei feliz ao ler o final do post, afinal o dia de hoje já não custou assim tanto.

    beijinhos a vcs
    e saudades!

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  2. espero que se mantenha agora sempre assim. :)

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  3. Como em tudo na vida, há que aguardar os ritmos que eles próprios necessitam impor.
    Mais uns dias e vai andar na maior.

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  4. Ficamos sempre com o coração do tamanho de uma noz. eu tinha o Vi no ano passado mas este ano optei por deixa-lo com uma empregada em casa da minha mae. São fases, vais ver que se habitua! bj

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  5. Custa sempre um pouco as mudanças, é normal;)mas felizmente parece que foi apenas uma fase.
    Beijocas

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  6. Três colheres de tempo de 8 em 8 horas, e passado um tempo tudo passa ....

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  7. foi a adaptação! tudo normal!
    agora siga!! ;))

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  8. Percebo bem as vossas razões para mudar a C. de infantário. Também concordo com o que dizes sobre o ensino privado não ficar "à frente" do ensino público.

    A M. também mudou de um infantário privado e familiar (embora no nosso caso estivéssemos muito descontentes com o serviço prestado) para um maior (semi-privado, uma IPSS). Para já estou muito mais satisfeita com o actual. Mas é normal que elas se sintam intimidadas por saírem de um ambiente pequeno e protegido para um ambiente mais exigente em vários aspectos. Não sou muito adepta de grandes mudanças, mas há algumas (como esta) que têm mesmo de acontecer. E, com o tempo, acaba por ser o melhor. (As saudades do infantário anterior devem demorar um bocadinho a passar, não é?)

    Beijocas

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