Que se passa filhota?

A Carolina não está bem...
Voltaram as birras e com elas veio também a impertinência.
Nos últimos tempos tenho a sensação que estamos sempre zangadas uma com a outra, uma chora aos gritos a outra chora para dentro...

Não consigo dizer-lhe nada sem que fique zangada, olha para mim com uma cara feia, a língua aparece, vira-me as costas, e eu zango-me, chamo-lhe à atenção e é pior, responde-me, diz que sou má e faz precisamente o contrário daquilo que eu lhe pedi.

Com o papá está igual...

Parece que as horas passadas com ela são sempre horas tristes... E ela está triste, eu vejo que ela quer mimos, quer colo, que eu a abrace, que lhe leia histórias ao final do dia sentada ao lado dela, mas depois de ela ter passado duas horas a embirrar com tudo, a simular choros e às vezes a gritar eu não tenho vontade de brincar com ela, de falar com ela, de estar com ela. :(
Sinto-me mal ao escrever isto, sinto-me pior ao sentir isto, mas é a verdade por estes dias.

Ela é uma menina adorável, bem comportada, muito senhorinha, observadora, muito esperta, inteligente, extrovertida e expansiva, na escolinha só me dizem bem dela, as pessoas simpatizam com ela, acham-na bonita, uma princesa... a minha princesa!

Mas eu como mãe dela também sei que ela tem tendência para ser um bocadinho caprichosa, que gosta de ter toda a atenção, que não gosta de ser contrariada (quem gosta?), que sempre teve tendência para as birras, chora alto e diz bem alto aquilo que quer ou não quer.

Eu sei que me vão dizer que isto pode ser o reflexo do nascimento do irmão, que ela adora mas que inevitavelmente lhe retirou um bocadinho dos pais, eu também já pensei nisso.
Também pode ser devido à mudança de escola, saiu de um sítio onde tudo era carinho e abraços, para um sítio que lhe exige que seja mais crescida já que é das mais velhas, por causa disso já várias vezes pôs em causa a nossa decisão...
Mas também pode ser porque ela apesar de ser uma miúda sensível e muito carinhosa, também tem um feitio tramado, torcidinho, que gosta de nos desafiar e ver até que ponto a porta do quarto empurrada para bater não tem consequências.

De uma coisa eu tenho a certeza, está nas minhas mãos e do pai alterar este cenário, e como os ralhetes e castigos não resultam, vou-me encher de calma e coragem e tentar uma abordagem só pela positiva a começar daqui a pouco por uma viagem até Colombo para visitarmos a exposição da Anita e um lanche a três (mamã e filhotes!).

Amanhã vai passar a tarde com os padrinhos e no Domingo temos brincadeira com os amigos M. e G., e depois espero que a nuvem negra comece a dispersar.

Agora vou buscá-la à escola!

Adenda: Visitámos a exposição da Anita, comprámos a Anita Mamã, lanchámos e a Carolina ainda brincou no Castelo das Princesas. Voltámos para casa com pizzas para o jantar, infelizmente connosco também trouxeemos um bocadinho de febre que não deixou saborear o jantar, mas que com a ajuda do Brufen desapareceu durante a noite e não voltou a aparecer, ficou o nariz ranhoso!