Elevadores ou o Elementar Bom Senso

Os grandes Centros Comerciais de Lisboa têm desde algum tempo umas barras em frente às escadas rolantes para impedirem que estas sejam usadas para deslocar, entre outros, carrinhos de bebés. Se por princípio concordo com este tipo de medida de segurança, por outro lado isto só me tem causado dissabores (esta palavra é fixe! :P).

Não tem havido vez em que desloque a estes Centro Comerciais com o Tiago no carrinho, que não tenha acabado aborrecida.

Minutos intermináveis à frente dos elevadores a ver pessoal que pode se fazer levar para os andares superiores ou inferiores pelas tais escadas rolantes, a encher o espaço dos elevadores, enquanto nós, pais e respectivos rebentos nos carrinhos, a olhar desconsolados para mais uma porta que se fecha connosco do lado de fora.

No Centro Comercial com nome de Navegador português, já por duas vezes que só me consegui enfiar no elevador depois de pedir às pessoas que lá estavam o favor de se chegarem só para um lado, o que fizeram, mas sempre com cara de pouco amigos.

No passado fim-de-semana no Centro Comercial com o nome daquele que dizem ter descoberto a América, depois de mais de dez minutos a olhar para portas dos elevadores, lá apareceu um meio cheio de pessoal capaz de subir escadas, mais uma vez pedi que se arrumassem de maneira a poder entrar, mas desta vez ninguém se mexeu! Com o carrinho meio dentro, meio fora expliquei que não podia utilizar as escadas rolantes e que aquela era a única maneira de subir, ao contrário das pessoas que se encontravam no elevador, uma “Senhora” respondeu-me que eu também podia ir pelas escadas…

Foi nessa altura que a coisa azedou, que eu até não sou dada a este tipo de confronto, mas subiu-me uns calores à cabeça e só perguntei à “Senhora” se estava a brincar, porque só podia estar a brincar, depois expliquei aqueles “Senhores” que teriam que resolver o assunto porque eu tinha que subir e como não tinha outra maneira de o fazer, teria que ser naquele elevador.

Ninguém se mexeu, o carro entrou, houve quem ficasse entalado contra a parede do elevador (e não fui eu!), fomos até ao segundo andar a trocar palavras pouco delicadas, um horror! E entre outras coisas disseram-me que “por ter um filho não tinha mais direitos” e ainda me ameaçaram de chamar o segurança por eu estar a obriga-los a irem apertados no elevador (eu respondi que o fizessem, talvez ele os conseguissem ensinar a ler os avisos que estão à entrada dos elevadores e que dão prioridade de utilização, entre outros, a carrinhos de bebé!).

Foi uma experiência do pior, sai do elevador a tremer (já disse que não gosto destes confrontos!), resolvi falar mesmo com os seguranças que me disseram aquilo que eu já estava à espera: não podem fazer nada, a utilização dos elevadores é prioritária para carrinhos de bebé, grávidas, deficientes e pessoas com limitações motoras, estão lá os avisos. O resto cabe ao Bom Senso de cada um.

Como me dizia uma amiga, é o Espírito de Natal, aquele que deixa as pessoas loucas nos Centros Comerciais.

Por mim, nos próximos tempos, não me meto em nenhum destes Centros Comercias com o miúdo e o carrinho.